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Publicado 05/2023
Como Alcançar a Confiabilidade da Rede Elétrica - uma entrevista com Neil O’Sullivan
Neil O’Sullivan entende de confiabilidade elétrica como poucos. Um veterano em engenharia com quase 40 anos de experiência, Neil trabalhou em mais de 110 países para melhorar a confiabilidade das redes de distribuição. Membro fundador, e o “N” da NOJA Power, a experiência de Neil orientou o desenvolvimento de produtos de confiabilidade para sistemas de energia.
Nesta entrevista, o gerente geral de marketing Martin van der Linde conversou com Neil O’Sullivan, com o objetivo de elucidar os principais fatores para alcançar a confiabilidade do sistema de energia.
Martin: “Neil, diante de toda sua experiência na área, qual a sua visão sobre a confiabilidade dos sistemas de energia?”
Neil: “Na minha experiência, a confiabilidade é uma parceria alcançada por meio de produtos e instalações de alta qualidade. A qualidade da instalação é tão importante quanto o produto fornecido. Além de nossos investimentos no desenvolvimento de produtos de alta confiabilidade, por meio de design e testes rigorosos e seleção de materiais, investimos fortemente no treinamento de nossos usuários na instalação e operação, para que eles possam desfrutar da confiabilidade desse investimento por 30 anos ou mais.”
Martin: “Você mencionou a seleção de materiais, o que você quer dizer com isso no contexto de religadores?”
Neil: “Fazemos nossos produtos com materiais da mais alta qualidade. Por exemplo, usamos aço inoxidável naval grau 304 ou 316. Usamos borrachas de silicone epóxi de alta qualidade. Nossos eletrônicos são de especificação militar. Fabricamos quase 100.000 Religadores em 21 anos e, durante todo esse tempo, testamos todos os materiais até o ponto de falha, para que possamos oferecer nada além do melhor. No entanto, tudo isso é apenas metade da equação da confiabilidade.”
Martin: “E quais são as características de uma instalação de alta qualidade?”
Neil: “Em primeiro lugar, temos muito cuidado ao descrever isso claramente na documentação de nossos produtos. Compartilhamos vídeos instrutivos sobre instalações de alta qualidade e oferecemos treinamentos para os nossos usuários. Os principais requisitos são aterramento e programação corretos.
O aterramento é de fundamental importância, uma vez que o equipamento é composto por componentes de média e baixa tensão. Nossa primeira consideração é a segurança do operador – devemos ter certeza de que todos os pontos de contato estão aterrados. A partir de uma perspectiva de confiabilidade, no entanto, as linhas aéreas estão sujeitas a surtos, sobretensões e raios. Nossos produtos são projetados para suportar esses eventos, como comprovado pelos protocolos de teste de tipo que aplicamos.
Contudo, a ligação de aterramento entre o equipamento de chaveamento primário, o controlador e o solo garante que o potencial de tensão se mova igualmente entre os dispositivos. Ou seja, se a tensão no tanque aumentar, o mesmo acontecerá com o controlador e o aterramento abaixo dele, o que significa que a diferença de potencial não excederá a especificação nominal.
É esse vínculo que garante que o produto permaneça dentro da especificação e ofereça confiabilidade.
Em segundo lugar, o material usado para o aterramento deve ter baixa impedância para eventos de alta frequência. Os eventos de impulso não são mudanças graduais na tensão, são uma mudança drástica. Esta é efetivamente uma tensão de alta frequência. Materiais como o aço oferecem baixa impedância na frequência do sistema, mas quando a frequência aumenta, a impedância também aumenta.
Os únicos materiais aceitáveis que contam com essa capacidade são o cobre, para o qual especificamos um condutor mínimo de 35 mm2, e alguns aços revestidos de cobre com impedância equivalente.”
Martin: “Então cobre e revestimento de cobre são as únicas opções?”
Neil: “Sim. E o revestimento de cobre deve ter um desempenho equivalente a um condutor de cobre de 35 mm2.”
Martin: “Entendi. Você também mencionou a programação. Qual a sua orientação sobre conseguir confiabilidade nesse sentido?”
Neil: “Mais uma vez, tudo se resume aos fundamentos. Ajustar o tempo do disjuntor da subestação para um limite de tempo curto e graduar a proteção simples de sobrecorrente e falta à terra nos religadores abaixo do alimentador garantirá a maior parte das melhorias de confiabilidade. Uma vez que isso estiver funcionando, a progressão para uma proteção mais complexa pode ser adicionada. Não há muito sentido em pensar nos detalhes da proteção de admitância, ou em automação avançada de Smart Grid, se os fundamentos de confiabilidade não estiverem presentes.
Disponibilizamos todos os recursos de proteção que podem ser usados na rede de distribuição em que o Religador está inserido, mas minha recomendação é fazer com que os fundamentos funcionem primeiro e, em seguida, adicionar os outros recursos progressivamente para lidar com casos mais extremos.”
Martin: “Para finalizarmos, Neil, qual é o seu conselho para os engenheiros que estão começando a usar Religadores?”
Neil: “Noventa por cento das faltas em redes aéreas são solucionadas abrindo e fechando o religador automático. Assim, você consegue uma melhoria de confiabilidade de 90%, instantaneamente, certificando-se de parametrizar corretamente as proteções de sobrecorrente e de falta à terra. Os 10% de confiabilidade restantes podem ser obtidos por meio de um controle remoto e implementação de proteção mais avançada ou funcionalidades de automação, mas a maior parte do ganho está em simplesmente instalar o religador de forma adequada, programá-lo para o religamento automático e obter esse ganho de confiabilidade de 90%.”
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